Estou de luto!!
Eu não queria passar novamente por um momento como esse, depois de perder há quatro anos minha Mãezinha e há dois anos meu sogro. Mas estou em um desses momentos e preciso escrever, até como uma homenagem.
Perdi um irmão neste fim de semana.
Paulo era o segundo filho do primeiro casamento do meu pai, tinha 58 anos, casado, dois filhos de coração e duas netas. Morava em Alcântara-RJ.
Foi uma criança elétrica, cativante, bagunceira e esperta. Paizão costuma contar que levou muitos sustos com suas peraltices. Ainda pequeno foi morar em São Gonçalo-RJ com a mãe e os dois irmãos.
Muito estudioso, morou aqui em Volta Redonda enquanto fazia faculdade. Buscava a mim e minha irmã na escola, nos ajudava nas tarefas, brincava e cuidava da gente. Cursou
Engenharia Elétrica (na UFF) e depois ainda Engenharia Civil, Matemática, pós graduação em Processamento de Dados e nunca parou de estudar. Lecionava em curso pré-vestibular e curso preparatório para a Marinha, tudo em Niterói, São Gonçalo e também Petrópolis.
Era apaixonado por crianças mas não teve filhos naturais: criou como seus os filhos de sua segunda esposa, namorada de adolescência que reencontrou e foram inseparáveis desde então. Quando a primeira neta nasceu e coube e ele e a esposa cuidar da menina, virou o xodó imediatamente, era lindo de ver!!
Mas seu imenso e cativante coração parou de bater no dia 9. Sem aviso, sem sofrimento, ele nos deixou.
A dor de perder um irmãozão tão querido é imensa, assim como a dor de ver minha cunhada debilitada pelo tratamento de câncer sofrendo tanto, ver Paizão tão frágil aos seus 83 anos diante de mais esse momento, foi devastador. Mas temos certeza de que Deus irá nos ajudar e confortar.
Fica a saudade, e a lembrança de uma pessoa encantadora, amável, carinhosa. Geralmente nos víamos no aniversário de Paizão ou no dia dos Pais, quando a "filharada" se reunia, e quando ele chegava sempre era festa. Já se fazia anunciar com sua gargalhada escandalosamente contagiante, parecia um garoto, nos abraçava com tanta força e carinho que fazia desaparecer todos os dias de distância que nos separavam. Conversador, alegre, brincava muito, o tempo todo atencioso. Partilhávamos o mesmo amor pelos estudos e pela informática, trocávamos ideias sobre computadores, softwares, sistemas, filmes, músicas, entre outras coisas.
Desde 2010 ele não vinha aqui, ultimamente muito atarefado com suas aulas, cuidados com a neta (que já tem 10 anos) e com a esposa em tratamento. Achávamos que ele estava trabalhando demais, nos preocupávamos com sua saúde, mas ele fazia o que gostava com uma dedicação enorme e entendemos isso.
Ontem, tonta de tanta tristeza, e sem saber ao certo o que falar ou pensar, abracei minha cunhada e foi ela quem me confortou dizendo: Fomos muito felizes!!
Preciso de uns dias... Em breve volto a postar!